A menina bonita do trem do Bandeira
me deu sua boca pra matar a minha sede
e foi ficando, e ficou pra vida inteira.
Nessa viagem,
minha amiga e companheira,
é também
meu pôr do sol na cordilheira
que me encanta,
me acalanta,
me acalma.
Amor de peito,
amor de leito,
amor de alma.
Seguimos, pois,
nós dois,
na mesma estrada
que passa boi, passa boiada.
A do poeta.
Às vezes curva. Às vezes reta.
E passa rio,
passa frio,
passa mato,
passarinho.
Passam flores.
Passamos risos.
Passamos dores.
Muitas vitórias.
Muitas histórias.
De nós dois.
A moça bonita comigo.
No mesmo trilho.
Me deu força. Me deu vida.
Me deu filho.