Ridículo
É como me sinto
Diante deste teu, parece, instinto
De me condenar
Ao ostracismo
Me empurrar
No abismo
Da solidão.
Não é possível
Que estejas insensível
A perceber
Aquele nosso amor maiúsculo,
Hoje tão ralo, crepúsculo,
Inerte músculo
Que padece
Que carece
Do menor carinho
Pra viver.
Abre teus olhos,
Abre teu peito,
Deixa pra trás o que foi feito
E começa o novo,
De novo.
Eu errei,
E, talvez, tenhas errado
Mas nunca o bastante
Pra não querer-te um instante
Ao meu lado.
Deixa de orgulho!
Pelo amor de Deus,
Muitos dos teus sonhos
Também são meus.
Vamos vivê-los,
Vamos aquecê-los
Com aquele amor
Ardente,
Verdadeiro,
Transparente
Que um dia nos uniu.
Faz tanto tempo que eu
Nem te vejo
E ainda é presente o desejo
De beijar a tua boca.
Já tentei te esquecer,
Te amaldiçoei.
Mas tudo de concreto
Que aconteceu
Foi ter que abrir a porta pro amor
Que não morreu.
E recebê-lo aqui,
Nessa apertada solitária…
Eu com ele, nesse escuro cubículo,
Me sentindo triste, turvo
E ridículo.