Rapha

Raphaella,
Amiga minha.
Amiga dela.
Finge que é cortesã
Mas tem alma de donzela
Esperando por seu príncipe,
Debruçada na janela.

Raphaella assunta.
Raphaella junta.
Raphaella pergunta,
Pergunta,
Pergunta.

Recita Pessoa
Para ouvidos incultos.
Para ouvidos inimigos,
Recita insultos.
É mais forte que ela.

A tal verve lusitana.
Que veio na caravela.

Navegar é preciso.
E ela precisa.
Conquistar o mundo
Que idealiza.
Conquistar o homem
Que não existe.
E não desiste.
E continua.
Raphaella em pé,
Raphaella nua,
Despida de pudores,
Revestida de amores
Sonhados,
Copiados
De um soneto.
Raphaella e seus medos
Seu gueto.
Seu abismo.
Auto-exílio.
Ostracismo.

Raphaella chora.
Como muitos.
Raphaella escreve.
Como poucos.
Raphaella e seus amigos,
Todos loucos.

Raphaella e suas dores.
Raphaella e seus amores,

Mexicanos,
Puritanos,
Suburbanos.

Tantos enganos.

Raphaella,
amiga dela.
Minha também.

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o Marcelo Almeida

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