Eu roubei a orquídea do rei
Pra enfeitar a tua janela
E a minha lapela,
Usei terno.
Eu mandei o capeta pro inferno
Eu driblei o beque e o goleiro,
Eu fui casto um dia inteiro.
Me esquivei das meninas
E limpei as latrinas
Do banheiro.
Eu chorei todas as letras
Que você me escreveu
Eu rasguei algumas outras
Que você não leu.
Eu fiz o dever de casa da vida inteira
Que eu nunca tinha feito.
Me aceitei imperfeito.
Eu entendi teoremas,
E vomitei poemas.
Não paguei minhas contas em dia
Mas fui no enterro de gente
Que eu nem conhecia.
Eu acabei com a cachaça
Pra entender que a dor não passa.
Eu quebrei a vidraça
E me cortei.
Eu vi meu sangue
Escorrendo
Vi a esperança
Morrendo
Vi a lua
Nascendo
Todos os dias.
Eu orei de joelhos
E de todos os jeitos
E pra todos os santos
E por todos os cantos.
Eu gritei.
Ajudei a velhinha na rua.
Ajudei o aleijado na escada.
Fui ajudado por tanta gente
Que não quis nada.
Eu errei,
Acertei.
Eu errei de novo.
Eu fiz tanta coisa
Tanta coisa nova
Eu me coloquei à prova.
Eu me testei.
Eu não falei eu te amo pra ninguém
Desde o último que eu te disse.
Eu queria que você me visse.
E não.
Eu não invadi o aeroporto
Eu não seqüestrei o avião.
Eu me fingi de morto.
E eu não fiz serenata em Milão.
Mas devia.
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Publicado por Marcelo Almeida
Não gosto de salada russa, de roleta russa nem de montanha russa.
Pra não parecer implicância, gosto, muito, de Maria Sharapova.
Não tenho a voz do Sinatra.
Não tenho os olhos do Mel Gibson.
Não tenho os cabelos do Richard Gere.
Não tenho o abdome do Brad Pitt.
Não tenho a poesia do Chico.
Não tenho a conta do Bill Gates.
Darwin quer mais é que eu morra!!!
De qualquer maneira, sigo. E vou fazendo a minha parte nesse mundo.
Nunca matei um mico-leão-dourado.
Nunca derramei petróleo no oceano.
A última vez que fiz xixi na piscina, eu tinha uns 8.
E, que fique bem claro, não votei no Lula.
Sou Marxista convicto. Estou falando do Groucho.
Às vezes consigo enxergar algo com um ano de antecedência.
Mas acho impossível deixar de atrasar vinte minutos pra qualquer compromisso.
Acredito em Deus. E acredito que Ele pode sempre criar algo melhor a partir de algo bom.
E por isso fez a mulher.
Acredito ainda que o homem pode sempre criar algo pior a partir de algo ruim.
E por isso fez os pickles.
Confesso que não me confesso há um bom tempo. Uns 29 anos.
Contar meus pecados aos padres… Não sei… Os caras bebem em serviço. Não confio.
Mas procuro amar o próximo. Só que faço exceção aos flanelinhas.
E também ao cara que pendura balas no retrovisor do meu carro: primeiro porque pendura e depois porque sempre é alguma bala que eu não gosto. Pendura m&m´s, porra!
Sou homem de palavra. E palavras.
Admiro os que sabem usá-las em seu próprio benefício.
Fico pensando no que Noé teria dito pra esposa pra convencê-la de que as baratas não podiam ficar de fora…
Gosto de escrever. Gosto de ler.
Durante muito tempo a única coisa que eu lia era a seção de esportes do jornal.
Em um certo momento diversifiquei a leitura.
Acho que foi quando o Flu caiu pra terceira divisão…
Então, Jorge sentou praça na cavalaria. E eu estou feliz porque também sou da sua Companhia…
Sou maluco pela minha Ana Carolina.
Persisto em ser romântico.
Amém.
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