Corta o silêncio noturno
O grito de um coração
Que trota um tanto soturno
Em busca de sua paixão.
Incansável, persistente,
Corajoso (ou insensato?)
Persegue, inconseqüente,
Um amor findo e ingrato,
Foi desprezado uma vez
E ainda assim, insistiu,
Tudo em vão, o que fez
O amor da vida, partiu.
Um reencontro tão lindo…
Então julgou ser eterno,
Viu, de novo, o amor indo,
Esteve mil anos no inferno.
Esse coração calejado
Bate como o de um menino,
Segue em frente, apaixonado,
Desafiando o destino.
E é essa obstinação
Que faz dele tão forte,
Só desiste da paixão
No instante após a morte.